Espetáculo de teatro performativo, do Grupo Erosão com direção de Fernando Codeço.
Duração: 100 min. Estreou dias 31 de maio, 01 e 02 de Junho de 2024 no Teatro de Bolso Procópio Ferreira em Campos dos Goytacazes.
Espetáculo criado a partir da pesquisa de pós-doutorado realizada pela parceria Encontros Hemisféricos e o Programa de Pós-Graduação em Dança da UFRJ. Ganhador do edital "Evoé" de Apoio ao Teatro do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo.
Sinopse
O sítio agroecológico de Manjedora, localizado na Ilha da Convivência, é alvo de dupla ameaça, de um lado a erosão marinha se aproxima cada vez mais de sua propriedade, de outro lado um empresário ligado à indústrias de mineração e petróleo está interessado em explorar as riquezas da foz do Rio Paraíba do Sul. Enquanto isso, uma denúncia feita à Comissão da Verdade revela o paradeiro de seu filho, preso e desaparecido na época da ditadura. Misturando teatro, vídeo e performance, o espetáculo apresenta uma narrativa fragmentada transitando entre a ficção e o documental. Abordando a emergência ambiental e a luta por moradia e memória de comunidades pesqueiras e camponesas na planície Goytacá, região Norte Fluminense.
Concepção Cênica
A encenação propõe um jogo entre as linguagens do teatro e do vídeo, criando diferentes tipos de relação entre a performance presencial no palco e as cenas projetadas em um grande telão e em uma TV. Além de imagens captadas ao vivo e projetadas nas telas. Dublagens, espelhamentos, comentários, diálogos e coros são algumas das formas de relação entre o vídeo e a cena. Utilizando a performance como ferramenta de escuta, produção de saber oral, espaço de encontro e de aprendizado coletivo de formas de resistência aos processos de extrativismo e degradação ambiental, o grupo criou propostas performativas em colaboração com as lideranças e moradores dos territórios atingidos pela erosão ou políticas de remoção. De modo a fazer transbordar a narrativa ficcional para o relato documental e vice e versa.
A encenação cria uma obra a partir da colagem de fragmentos de histórias de vida de pessoas que tiveram seus territórios ameaçados, seja por processos neo extrativistas e/ou em decorrência de alterações ambientais. O grupo traz histórias vividas como as de Dona Belita, moradora da extinta ilha da Convivência em Atafona, no delta do rio Paraíba do Sul, até o final de sua vida centenária, mesmo depois de perder 7 casas para o mar; a de Dona Noêmia Magalhães, liderança entre os pequenos agricultores impactados pelo Porto do Açu; e Dona Penha, liderança da comunidade Vila Autódromo que resistiu ao violento processo de remoção promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Ficha técnica:
Direção: Fernando Codeço
Assistência de Direção: Guilherme Mattos
Dramaturgia: Grupo Erosão
Elenco: Jailza Mota, Julia Naidin, Lucia Talabi, Mariana Moraes, Paul Macalli, Rachell Rosa
Ator convidado: Anderson Barreto
Participações no vídeo: Noêmia Magalhães, Perly Cipriano, Benilda Nunes, Seu Luiz e Seu Nenel, Dona Penha, Sandra Maria Teixeira e outros integrantes do Museu das Remoções da Vila Autódromo, Integrantes do Assentamento Cícero Guedes do MST.
Cenário e Figurino: Rafael Sánchez
Cenotécnicos: Rudá S. Sánchez, João Cruz, Dalvane Rodrigues Soares Veludo, Igor Pintinho, Diego Parente, André Touguinhão
Ateliê de Costura: Ana Nery e Dona Neuma
Direção de Movimento: Guilherme Mattos
Preparação corporal: Guilherme Mattos e Carol Cony
Direção Musical e Músicos: Jô Codeço e Rodrigo Codesso
Iluminação: Alessandro Boschini
Projeção: Rafael Galo
Supervisão de Pesquisa de Pós-Doc: Sérgio Andrade
Técnicos de luz: Tiago d’Ávila e Jhonathan Reis
Técnico de som: Rodrigo Codesso
Fotografia e Audiovisual: Fernando Codeço
Fotografia em cena e foto still: Mariana Moraes
Edição de vídeo: Vinicius Nascimento, edt.
Captação de áudio para audiovisual: Pedro Bassil
Assistência de captação de áudio para audiovisual: Rachell Rosa e Julia Naidin
Imagens Aéreas: Moviz Produtora Audiovisual
Direção de Produção: Jeff Fagundes
Produção Executiva: Fernanda Chazan
Assistente de Produção: Lydia Tucci
Programação visual: Felipe Braga
Social Media: Manu Calmon
Assessoria de Imprensa: Angel Comunicação e Assessoria
Consultoria de Acessibilidade: Gislana Vale e Laysa Elias
Intérpretes de Libras: Juliana Pires e Tairine Rangel
Fotografias exibidas em cena: Acervo CasaDuna (“Prédio do Julinho” de Sônia Ferreira, 2008 e “Foto aérea do Pontal de Atafona” Dr. César Caldas, 1972); Acervo Museu das Remoções (“Vila Autódromo antes das remoções” de Luiz Claudio da Silva e “Vila Autódromo depois das remoções” de Augusto Cesar Oyama); série “Escombros” de Matheus Gomes, 2017-2020.