Em Atafona encontramos pela orla da praia tijolos das casas destruídas pelo mar. Arrastados pelas águas, rolando na areia, esses tijolos são remodelados e ganham formas arredondadas e ovaladas. Como um exercício de fabulação imaginei o mar esculpindo máscaras teatrais de bufões com risos irônicos, como se ele quisesse enviar um recado, uma risada sísmica sobre nossas pretensões civilizatórias.

Para esculpir as máscaras utilizo referências de livros sobre arte grega antiga, africana e ameríndia. Trata-se de um trabalho em processo, produzir continuamente essas máscaras e empilhá-las junto com outros tijolos da praia pelo chão do espaço onde forem exibidas.